Valorização dos serviços públicos e da proteção social: investimento que salva vidas

No último fim de semana, o Brasil ultrapassou 100 mil mortes pela Covid-19. 100 mil vidas perdidas, 100 mil histórias interrompidas. O segundo país com o maior número de mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Chegamos a esse triste cenário ainda com pouca perspectiva de melhoria ou superação.

O novo coronavírus não escolhe cor, raça ou condição social. Mas as mortes, em sua maioria, têm perfil definido. A desigualdade social define quem tem mais chances de sobreviver ou não. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 65% das mais de 100 mil pessoas morreram em hospitais públicos. Pelo menos 59% eram negras e negros e 31% das mortes não têm identificação de cor, o que poderia inflar ainda mais o primeiro número. 

Isso mostra um cenário importante: onde há ausência do Estado, há mais mortes.  O  Sistema Único de Saúde (SUS) se mostrou essencial durante a pandemia. Muitas vidas foram poupadas por meio do atendimento público de saúde, mas quantas mais poderiam ter sido se houvesse mais investimento ao longo dos anos? É um número que nunca iremos saber. 

O investimento em serviços públicos é fundamental, seja na saúde, na proteção social ou em ações para recuperação econômica. É primordial valorizar os sistemas e serviços públicos.

Essa é uma lição para agora, não para o futuro. A valorização dos serviços públicos tem que acontecer na prática, não apenas com reconhecimento e agradecimento. Precisamos aumentar a abrangência, promover o aprimoramento, investir para aumentar a satisfação dos usuários. Não há solução única e imediata, mas as ações de hoje vão influenciar tudo o que está por vir. 

Precisamos agir sem deixar ninguém para trás.

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