Agenda Pública lança Relatório de Advocacy com foco em soluções para transformar políticas públicas

Nesta semana, a Agenda Pública (AP) lançou uma publicação que reúne informações sobre o relacionamento da organização com públicos estratégicos a partir de um modelo de advovacy multisetorial pautado em soluções aplicadas. Ao longo de cinco capítulos, a organização mostra como a relação entre os diferentes setores pode trazer melhorias para a gestão pública.

“No primeiro semestre de 2017, decidimos formalizar a área de agendas estratégicas e advocacy como forma de gerar mais impacto social e diálogo com as esferas da sociedade com as quais atuamos”, afirma na apresentação do material o Diretor-executivo da Agenda Pública, Sergio Andrade. Ele explica ainda que a iniciativa se deu à luz de um processo interno da Agenda, a elaboração da Teoria da Mudança, em que constam as entregas da organização à sociedade; os resultados em curto, médio e longo prazo; estratégias e princípios metodológicos, entre outros pontos relevantes de sua atuação.

O relatório mostra ferramentas importantes consolidadas ao longo da trajetória da Agenda Pública, como é o caso do ODS Lab, um laboratório cujo objetivo é gerar soluções concretas e com alto potencial de implementação em diferentes cenários. Trabalhando em contextos locais muito definidos, delimitados territorialmente, a iniciativa envolve atores que são parte do problema e da solução, colocando lideranças e representantes dos diferentes setores da sociedade à mesa para, juntos, criarem caminhos que avançam na resolução de desafios concretos — mobilidade urbana, produção e consumo mais sustentáveis, desenvolvimento econômico local e inclusão produtiva, acesso à água de qualidade etc.

“Como organização, nosso objetivo é gerar repertórios de soluções que inspirem a sociedade, as políticas públicas e os tomadores de decisão na forma de um convite para a construção de uma nova geração de serviços públicos, mais inteligentes, simples e humanos. Portanto, não estamos aqui simplesmente para mostrar o quê ou como fazer, mas para encontrar, juntos, as melhores experiências, aprendizados e janelas de oportunidade, tanto técnicas quanto políticas, a fim de fazer acontecer esse grande propósito comum”, complementa Andrade.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Entre os grandes carros-chefes da organização, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) não poderiam ficar de fora da publicação. A Agenda Pública tem um envolvimento importante no processo de municipalização das metas da Organização das Nações Unidas (ONU), a serem cumpridas pelos 193 países-membros até 2030. Para dar conta dos desafios elencados pela nova agenda, o Brasil lançou a Estratégia ODS, uma coalizão de organizações da sociedade civil, do setor privado e de representantes de governos nacional e subnacionais, da qual a Agenda Pública é membro. A relevância da rede permitiu que ela fosse contemplada pelo edital da União Europeia, que destinou 1,5 milhão de euros ao Brasil mediante essa iniciativa.

A previsão para os três anos de execução deste projeto é de ampliação da rede de signatários em mais 200 organizações, 150 municípios incorporando os ODS aos seus instrumentos de gestão governamental e políticas públicas, além de 400 organizações e movimentos capacitados para a incidência e monitoramento dos ODS.

Visão dos parceiros

O relatório traz ainda a visão de parceiros da Agenda Pública sobre sua atuação em iniciativas como o Open Master, um modelo de formação inovadora realizada pela Escola de Políticas Públicas – programa da AP. Cada edição tem um tema específico, com problemas concretos que demandam soluções dos grupos compostos por pessoas de diferentes setores. Em oito semanas e cinco encontros presenciais, cada participante sai de um tema abrangente e chega a soluções concretas, apresentadas na forma de um case aplicável à gestão pública.

“Grandes empresas têm apoiado startups para inspirar suas práticas e trazer um refresco a seus processos. O Open Master tem o mesmo benefício para o setor público, aproximando gente nova e ideias inovadores da gestão”, afirma Daniela Coimbra Swiatec, coordenadora do Laboratório de Inovação em Mobilidade da Prefeitura de São Paulo (MobiLab), que participou como mentora de uma das edições de 2018.

De olho no futuro

A coordenadora da área dentro da Agenda Pública, Sara Belém, explica que o advocacy da organização busca um desenvolvimento sustentável e inclusivo, que garanta o bem-estar do cidadão por meio de serviços públicos inteligentes, simples e humanos.

“Cooperação e coordenação sempre estarão na base do trabalho que desenvolvemos. Mas como fazemos isso na prática? Por meio da comunicação e promoção de  encontros e debates com atores-chave; formações dinâmicas para mostrar as mais recentes inovações e ferramentas, com foco num advocacy de alto nível; a participação em redes e arranjos institucionais, propondo boas práticas, parcerias e a coprodução de soluções; e implementação de metodologias e projetos estratégicos, tendo em vista um intercâmbio intersetorial. E quais agendas estratégicas estarão na pauta futura? Qualidade do Serviço Público; Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); Transparência e Governo Aberto; e Desenvolvimento Local e Sustentável da Amazônia Brasileira”, conta em primeira mão.

Leia o relatório e conheça todas as áreas estratégicas da Agenda Pública.

Por Talita Perna

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